quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Diferentões



Ser diferente nos anos 80 e 90 não era  status de que você era legal. E sim de que você não se encaixava e seria vítima de piadas e agressões diárias no ambiente acadêmico. De uns anos pra cá ser nerd, estranho e diferentão tomou outra ótica. Finalmente vimos até a garota popular ostentar sem vergonha um óculos e o atleta bonitão usar um suéter e assumir que curte bandas fofinhas.

Eu era o arquétipo da criança freak. Colecionava insetos, era viciado em super-heróis japoneses, sofria de dda e me interessava por causas políticas. Ei, é esse que vamos apavorar o ano todo.

Frequentemente via meus coleguinhas que ostentavam óculos e aparelhos serem tirados e imaginava: Algum dia seremos como os caras do filme “A vingança dos nerds” e vamos sambar na cara de todo esse povo padrão?

Sim, com a explosão do grunge e indie rock, os nerds tornaram-se atraentes, aceitáveis e fashion. Descobriram que eram bons namorados, poderiam solucionar certos problemas difíceis do dia a dia e sempre teriam bons livros e discos em suas coleções. Finalmente passamos de Loser para Boss.

Claro que atualmente tem muito nerd sem conteúdo por aí se escondendo em suas cascas de ar irônico e seus looks que parecem fazer parte de um exército em que poucas figuras peculiares se destacam. Mas toda vitória tem seu preço, não é? 

Abs/bjs.

Música: Nirvana - Serve the Servants